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O Brasil Em Chamas: O Impacto Das Queimadas Em Campo Grande E Outras Regiões Do País.

A fumaça das queimadas toma conta de cidades em todo País, prejudicando a saúde e o meio ambiente.

13/09/2024 14h11Atualizado há 3 semanas
Por: Picarelli Junior

Campo Grande/MS, está vivendo uma das piores crises ambientais da sua história recente. A cidade, assim como outras regiões do estado, tem sido tomada por uma densa camada de fumaça, resultado das queimadas que assolam o Pantanal e áreas urbanas. O cenário é preocupante e se agrava com a seca prolongada e a baixa umidade do ar, que impactam diretamente a saúde da população. Assim como no Norte do país, onde Manaus e porto velho estão cobertas pela fumaça dos incêndios; no Sudeste, como São Paulo registrando uma das piores qualidades de ar no mundo; ou no Sul, onde até Porto Alegre foi afetado pela poluição, Campo Grande também enfrentou uma situação crítica. Essas queimadas, além de prejudicarem gravemente o meio ambiente, representam uma ameaça direta à saúde pública e são, em grande parte, causadas por ações humanas.

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É importante ressaltar que as queimadas são, em grande parte, causadas por ações irresponsáveis. Durante o período de seca, algumas pessoas aproveitam a vulnerabilidade do ambiente para queimadas em terrenos, seja com o objetivo de “limpar” o local ou para expandir áreas agrícolas. Essa prática, além de ser uma ameaça ao meio ambiente, configura o crime ambiental. O artigo 41 da lei de Crime Ambiental (Lei 9.605/1998) prevê pena de reclusão de dois a quatro anos e multa para quem provocar incêndio em floresta e demais vegetação. Infelizmente, muitos infratores ainda ignoram as leis. Sem considerar o impacto devastador que essas ações trazem à fauna, à flora e à saúde pública.

Além das queimadas intencionais, fatores climáticos como a seca extrema e a falta de controle nas áreas de vegetação aumenta as chamas, que se espelham rapidamente, causando destruição e poluição. O aumento das queimadas e a baixa umidade do ar tem consequências diretas na saúde da população. A fumaça das queimadas libera partículas toxicas no ar, que podem causar ou agravar problemas de saúde como asma, bronquite e até pneumonias. O ar seco, por sua vez, resseca as mucosas das vias respiratórias, o que reduz a proteção natural do corpo contra vírus e bactérias, facilitando infecções.

Grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas, sofrem ainda mais. A inalação prolongada da fumaça pode causar danos a longo prazo, exigindo cuidados médicos contínuos e impactando a qualidade de vida de muitos brasileiros. A falta de chuva e a baixa umidade do ar tornam o cenário ainda mais preocupante. Com pouca ou nenhuma umidade, os incêndios se prolongam mais rapidamente e a fumaça persiste por mais tempo no ar. O que poderia ser uma simples brisa matinal se transforma em uma neblina de fumaça densa e perigosa, cobrindo as cidades e afetando milhares de pessoas. Num cenário como esse, a necessidade de políticas públicas efetivas de preservação e combate às queimadas é urgente.

Enquanto aguardamos a chegada das chuvas, algumas medidas podem ser adotadas para amenizar os efeitos dessa crise ambiental e cuidar da saúde. Em ambientes fechado, o uso de umidificadores de ar pode ser uma excelente solução para aumentar a umidade e melhorar a respiração. Caso não tenha um umidificador, toalhas molhadas e baldes com água nos cômodos também ajudam a mantar o ar mais úmido. Beber água com frequência é essencial para manter o corpo hidratado e proteger as vias respiratórias. A ingestão de líquidos ajuda a combater o ressecamento das mucosas e a eliminar toxinas.

Em dias de maior concentração de fumaça, o uso de máscaras como as N95, pode ajudar a filtrar as partículas presentes no ar. Isso pode ser especialmente importante para quem precisa sair de casa. Nos momentos em que a poluição do ar é mais intensa, é importante evitar atividades físicas ao ar livre, como caminhadas e corridas, que podem sobrecarregar o sistema respiratório. Grupos mais vulneráveis precisam de atenção especial. Se houver sinais de problemas respiratórios constantes ou falta de ar, é fundamental procurar ajuda médica imediatamente. É imprescindível que a população colabore denunciando queimadas ilegais. A responsabilidade é de todos, e as autoridades precisam ser informadas para que possam agir de maneira rápida e eficaz. Denuncie as queimadas ao IBAMA pelo telefone 0800-61-8080 ou à polícia ambiental local.

O cenário atual em Campo Grande/MS e em muitas regiões do Brasil, exige uma resposta imediata e eficaz de toda a sociedade. Não podemos permitir que o declínio e a falta de conscientização continuem a prejudicar o meio ambiente e a saúde da população. A crise climática que enfrentamos é séria e exige ação coletiva, tanto por parte dos governos quanto dos cidadãos. Respeitar as leis ambientais, cuidar da nossa saúde e proteger as futuras gerações são responsabilidade de todos nós. O caminho para um futuro mais saudável e sustentável começa com pequenos gestos hoje, como a conscientização, o respeito à natureza e a adoção de práticas mais responsáveis no nosso dia a dia. Que as chuvas cheguem em breve, trazendo alívio para nossa respiração e que possamos, até lá, fazer nossa parte para enfrentar essa crise com sabedoria e solidariedade.

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